terça-feira, 12 de julho de 2011

O Outro Pequeno Livro sobre A Consagração da Igreja de St. Denis



Filme baseado em fatos reais, esta é uma adaptação do texto homônimo escrito pelo Abade Suger (1081-1151) no século XII que consiste em um relato sobre as reformas realizadas na Igreja de St.-Denis, na França.
Realizado utilizando a técnica desenvolvida por mim conhecida como Stop Stop (em português, Desanimação), um tributo à Arquitetura Gótica.

Dados "técnicos":
Título: O Outro Pequeno Livro sobre A Consagração da Igreja de St. Denis
Sinopse: Adaptação do relato real feito pelo Abade Suger sobre as reformas na Igreja de St.-Denis no século XII.
Filme de Rafael Machado Costa, com Illyana  A Gata e Rafael Machado Costa.
Gênero: documentário de reconstituição de fatos reais.
Duração: 16 min 39 seg
Tamanho: 131 Mb
Ano de Produção: 2011

Link para baixar o filme aqui.

sábado, 25 de junho de 2011

FARRAZINE n. 22


Voltamos com a edição #22 repleta de matérias e novos colaboradores!
Desta vez, entrevistamos o André Dahmer (na verdade, o mini-dahmer) e ainda conversamos com o Leo, autor de uma das bedês mais aclamadas na Europa (Aldébaran), e falamos sobre ditadura, quadrinhos, política e etc...
Conheça um pouquinho do Estúdio Vejo em Cores de Bianca e Adam num bate-papo bem pessoal e delicie-se com a HQ Furry dos nossos novos companheiros Guilherme de Sousa e Thaís Leal!
Temos ainda a volta de Nano Falcão com matérias bombásticas, a coluna do Filipêra (Nerds Somos Nozes), um conto com a personagem Garen de Rita Maria Félix da Silva,  terceiro e quarto capítulos da HQ Cidade Nua de Snuckbinks e Rafael Camargo (Que ainda assina Aulas de Roteiro), música com Red Baron e Fernando Schittini e contos escritos pelo sempre sagaz Hiro.
E nossa amiga Paloma Diniz trouxe uma superentrevista com o desenhista David Lloyd, além de duas matérias sobre os quadrinhos nacionais!
Bom, já falamos demais, não é?
Lançamento: 20 de junho de 2011 – 86 páginas

Então baixe ou leia on-line mesmo nos links abaixo:


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segunda-feira, 23 de maio de 2011

FARRAZINE n. 21


A novidade é que acaba de sair a edição 21 do Farrazine repleta de personalidades do universo das HQ's!
Como a internet faz o mundo ficar pequeno fomos a Austrália perguntar umas coisinhas ao Ben Templesmith, de 30 dias de noite e WormWood... Logo no melhor estilo a volta ao mundo em alguns e-mails, trocamos ideias com o Alberto Montt do Chile, autor das Dosis Diarias.
Não cansados da viagem decidimos perambular com nossas perguntas em território tupiniquim também. Estivemos em Minas Gerais e tivemos uma conversa super agradável com a menina mais simpática dos quadrinhos nacionais (além de uma excelente e sensível desenhista!), Luciana Cafaggi, autora da tirinha Los Pantozelos. Logo, não podiamos esquecer de passar em Sampa e falar com o cartunista Rock'n Roll e sangue "bão", Márcio Baraldi e o chargista "boleiro", Gustavo Duarte.
Há bastante convidados?
Não!
Ainda trouxemos o "irmão gêmeo" da nossa querida Paloma Diniz, o desenhista Jack Herbert, em um bate-papo entre família. E não resistindo ao talento de Geraldo Borges, fizemos uma matéria com um dos figurões de nosso boom nacional de desenhistas no mercado americano.
E como presente especial a nossos colaboradores podcasters, trocamos altos papos com a galera gente boa do Arg!Cast em uma matéria cheia de sinceridade! Falamos até mal do Batman nela... Mas calma, calma foi com carinho...
Também com exclusividade temos a HQ Cidade Nua, com roteiro de Rafael Camargo e arte de Snuckbinks e uma fanart do Justiceiro escrita por Brenno Dias e desenhada por Vinicius Cruz.
E ainda há mais contos, resenhas, a coluna Riteando de Rita Maria Félix da Silva, tirinhas, nosso Ombudsman, Bráulio Taumaturgo, criticando tudo e todos e muito, muito mais!
Lançamento 20 de abril de 2011 – 72 páginas


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sábado, 21 de maio de 2011

Vinte e dois fatos sobre Paolo Uccello que aprendi com Vasari


1) Paolo Uccello era talentoso e o maior gênio da originalidade desde Giotto, por isso ele se tornou solitário e estranho, melancólico e pobre.
2) Paolo Uccello era amigo de Donatello, e assim se achava no direito de encher seu saco lhe mostrando círculos e quadrados.
3) Paolo Uccello pintava campos com tinta azul, cidades na cor vermelha e prédios com cores variadas de acordo com sua vontade.
4) Paolo Uccello não aguentava mais ser pago em queijo.
5) Paolo Uccello tinha medo de se transformar em queijo.
6) Paolo Uccello gostava de animais e pintava-os com frequência porque era pobre e não podia manter um animal de estimação. (Talvez um rato sustentado por queijo.)
7) Paolo Uccello pintou um leão lutando contra uma cobra.
8) Paolo Uccello foi “o primeiro” a conquistar renome pintando paisagens.
9) Paolo Uccello pintava obras excelentes, mas sempre com algum detalhe que desagradava Vasari.
10) Paolo Uccello pintou animais representando os quatro elementos, mas como nunca vira um camaleão, substituiu-o na posição de animal do Ar por um camelo suspirando profundamente.
11) Paolo Uccello, além de belas pinturas, fazia belos desenhos.
12) Vasari ouviu sobre alguns desses desenhos.
13) Paolo Uccello possuía em sua casa uma pintura ilustrando os homens que se distinguiram em cada arte.
14) Paolo Uccello acreditava que o homem mais destacável na Pintura era Giotto.
15) Paolo Uccello acreditava que o homem mais destacável na Arquitetura era Brunellesco.
16) Paolo Uccello acreditava que o homem mais destacável na Escultura era Donatello.
17) Paolo Uccello acreditava que o homem mais destacável na Matemática era Giovanni Manetti.
18) Paolo Uccello acreditava que o homem mais destacável na Perspectiva e representação de animais era… Paolo Uccello.
19) Paolo Uccello ficava até tarde da noite treinando perspectiva, e quando sua esposa o chamava para a cama, ele dizia: “Oh, quão linda a Perspectiva é!”
20) Paolo Uccello estava feliz quando chamou Donatello para lhe mostrar sua obra prima produzida secretamente.
21) Paolo Uccello se trancou em casa depressivo e sem coragem para sair apenas praticando a perspectiva até morrer depois de Donatello sugerir que sua obra secreta deveria continuar secreta.
22) Paolo Uccello era bom, mas Michelangelo era melhor!

terça-feira, 22 de março de 2011

O Canto do Poeta Insano

Como estou de bom humor, um trecho de O Exército da Velha cujo título é O Canto do Poeta Insano:




Minha alma enlacei a ela,
Por ela, enlacei a Asgard,
Meu verso tornou-se ceifa,
Minha ceifa verteu-se em sangue,
Meu nome agora honrado,
Honrado por ser infame.

Por Asgard venci Nidhogg,
Por Asgard derrotei o exército de Hel,
Por Asgard perdi minha alma,
Minha alma pelo ofídio e luminoso anel.

Chama que comanda o mundo,
Infante que prometeu a paz,
Confiante em tais promessas,
O poeta agora jaz.

Pela Criança assumi o que reneguei,
Couraça argenta e gume áureo,
Pela Criança dediquei punho e canto,
Antes fértil, agora insano.

Como recompensa por minha tarefa árdua,
Abrir e fechar os portões de Valhalla,
O primeiro laço foi-me desatado,
Tesouro único que trouxera do escuro,
Agora ia ao escuro lado.

Lealdade solene foi paga,
Com dívida foi saldada,
O escaravelho que fulgura o céu,
Deixou-me com menos que tivera,
Antes de o pacto estar traçado,
E o poeta o ter honrado,
Agora, A Noite tesouro desejar ousara,
Possuía o Demônio Vermelho, da Grande Noite o mais cruel.

Entre mundos o grande mar,
Desafio não foi bastante,
Nem face de falcão ou seis arautos poderão parar,
O cavaleiro poeta em demanda incessante.

Sob céu rubro e negro,
Cavaleiro poeta busca ajuda,
Então encontra irmão guerreiro,
Que faz da demanda busca sua.

Nem Midgard ou o Ladrão de Sonhos,
Detém armada dua,
Sendo caça em treva eterna,
Rompida por em lume espadas,
Cortando mãos do rei vermelho,
Que em seu caminho interrompiam estrada.

Canídeo opaco e sonhadora dama,
Via apontam que ao fim do pranto levam,
Tesouro aguarda ante passagem única,
Onde d’outro lado, a todos, os antigos esperam.

Desafiado sentiu-se o rei vermelho,
À afirmação de homem mundano,
Que sem tesouro não há encanto,
Que findava a vida, disse em pranto.

Em fogo e treva a voz disse,
Engana-se quem crê que Terceiro Mundo jamais renega,
Certo estás: jamais de novo sentirás encanto,
Mas o poente da vida jamais virá,
És infeliz e eterno, és Sem-Descanso.

Irmão guerreiro não desiste,
Ao poeta conciliara promessa,
Ser seu irmão sempre insiste,
Lutar por ele é o que fizera.

O rei vermelho impelido foi,
Ao meio do caminho de quem descansa,
Ferido irmão guerreiro foi,
Vencer contenda não há esperança.

Poeta guerreiro levantou em fúria,
Irmão guerreiro lembra a voz escura,
Que falava de prisão eterna,
Enclausurar vermelha criatura.

Grande medo vem do rei vermelho,
Diante do que pode ser sua sina,
Servir a camponês, humano etéreo,
Ou do camponês fazer sua insígnia,
E nesse recipiente depositar seu mérito.

O poeta só vê vingança,
Esquece irmão que em combate dança,
Com a força de infinda flama,
Corta corda que a ponte trança.

O que desdenha e o que a presença lhe é altiva,
Tombam em rio seco escuro,
Sem poder terminar travessia,
Para este ou aquele mundo.

Poeta agora só,
Vê ato seu,
O último querido que lhe restava,
Por obra sua se perdeu.

Primeiro poeta chora,
Prelúdio de busca insana,
Atrás de tesouro perdido,
Mesmo que esse sonho,
De todos o faça inimigo.

Por sua demanda Asgard desafia,
Homens que tracem seu destino,
Nem que quebre seu código e honra seja perdida,
Mesmo que seu único amigo novamente tenha de ser traído.

sábado, 19 de março de 2011

Era uma vez...


Este é um post não preparado em que eu simplesmente resolvi sair escrevendo sem ter pensado no assunto. Não que eu não tenha pensado no assunto, só não pensei em escrevê-lo aqui.
Bom, na verdade o objetivo é dividir com os amigos, leitores eventuais, aqueles antropólogos e arqueólogos da espécie dominante no futuro pós extinção da humanidade que encontrarem este relato e as consciências artificiais que exitem na Oficina Fantasma duas notícias.

A primeira é que meu conto Doutor Peçanha foi ao banheiro, que nasceu especialmente para este blog e que depois participou da edição número 18 do FARRAZINE, foi selecionado para o volume II da antologia Jogos Criminais da editora Andross. Vocês já sabem (se não sabem, confiram aqui) que meu conto O Coletor de Almas foi publicado em janeiro deste ano no primeiro volume de Jogos Criminais em minha estréia como "escritor de verdade".
Bom, confesso que fiquei contente quando o Sérgio Pereira Couto, editor da coletânea, logo após confirmou Doutor Peçanha para o volume seguinte, com lançamento previsto para julho de 2011.

Bem, acontece que ocorreu algo ainda mais surreal (talvez alguma das forças que comanda o universo tenha ficado com pena de mim depois dos resmungos e súplicas de duas postagens atrás).
A Editora Multifoco do Rio de Janeiro irá publicar O Exército da Velha e A Pluma do Imortal, meu primeiro romance. Vocês não acreditam? Pois saibam que eu também não no início. Foi uma sensação muito estranha. É realmente estranho deixar de ser uma pessoa frustrada artísticamente, estou me adaptando aos poucos. Mesmo depois de ver o contrato, ainda havia algo como aquela sensação de suspensão onírica e a consciência constante de que "é agora que eu caio da cama e acordo todo mijado".
Foi só quando me deparei com um formulário com questões sobre minha visão da obra - que será enviado ao artista encarregado de fazer a capa - e diante da necessidade de textos para a sinopse da quarta capa e das orelhas do livro que finalmente pareceu ser real. Por mais que quizesse escrever e ser publicado, eu nunca havia me imaginado pensando em coisas como a capa. Uma capa sempre pareceu algo tão distante, como se todas as gráficas e designs estivessem localizadas no Olímpo à disposição apenas dos deuses (e de algum eventual personagem da Marvel ou da DC que circulasse por lá).
Bom, era isso que eu tinha para contar por agora. Assim que assimilar totalmente os fatos, eu volto a dar notícias. Isso, claro, se eu não cair da cama e acordar todo mijado.

sábado, 5 de março de 2011

FARRAZINE n. 20



Conheça as aventuras de Adriel Paz - O Apanhador de Estrelas - nas HQs Esperança (quase) Perdida e O Negociador. Personagem criado por Nasci e trazido até os leitores do FARRAZINE através dos roteiros de Eloyr Pacheco e arte de Carlos Nascimento, com cores de Snuckbinks.
Confira também: a passagem de Killofer por João Pessoa; entrevistas com Von DEWS!, do site Vertigem e com Nívia Alves e Ana Karla Albuquerque, do Rascunho Studio.
E mais: Bando de Dois, Comic Code Authority, Steampunk, Hipster Hitler, ABAS, contos, resenhas, tiras, dicas de HQ's nacionais e o retorno de nosso ex-ombudsman.

Lançamento 20/02/2011 – 50 páginas

Versão .rar - 4Shared - 43,6 Mb
Versão .rar - Megaupload - 43,6 Mb
Versão .pdf - 4Shared - 25,9 Mb
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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Eu escritor?

Dia 15 de janeiro de 2011, das 14 às 18 horas acontecerá na Biblioteca Temática de Literatura Fantástica Álvaro Corrêa, em São Paulo — Rua Sena Madureira, 298, Vila Mariana, São Paulo, SP —, o lançamento da coletânea de contos chamada Jogos Criminais da Andross Editora organizada por Sérgio Pereira Couto.



Jogos Criminais (Andross Editora)
Contos policiais
Organização: Sérgio Pereira Couto
Sinopse: Para o bem ou para o mal, a mente humana é capaz de realizar os mais notáveis feitos; o livre arbítrio é sua arma mais perigosa. Assim, o que faz com que uma pessoa se volte para o crime? Quais mecanismos são acionados quando surge o desejo – ou a necessidade – de fazer algo imoral, amoral, ilegal? Quando a alma é o campo de batalha entre a ânsia, o medo e a culpa, o resultado é imprevisível. Em Jogos Criminais, as verdades da natureza humana serão expostas sob a ótica de uma máfia de escritores dispostos a criar o crime perfeito.

O que quero destacar aqui é a seguinte questão: meu conto O Coletor de Almas fará parte dessa antologia.
Já faz alguns meses que o conto foi selecionado e desenrolou-se todo o processo de edição, mas ainda não tinha comentado aqui porque o fato não fora completamente assimilado por mim.
Faz algum tempo que eu tentei começar a escrever. Mais precisamente, foi no meio de 2003 que eu percebi que estava com a cabeça cheia de idéias para histórias com personagens que havia criado com amigos em 2001, e decidi colocar para fora e liberar um pouco de espaço para pensar em outra coisa. Só que esse espaço livre não durou muito tempo, logo estava cheio de novo, e a partir de então eu criei a necessidade de descarregar essas idéias escrevendo. Às vezes, fico anos com uma cena ou seqüência de diálogos na cabeça memorizada intacta, esperando até alguma história em que estou trabalhando chegar ao ponto exato em que esta cena deve ser inserida. E, depois de passada para o papel, ela se vai. Não completamente, eu ainda lembro o contexto, mas não da literalidade das falas como durante todo o tempo em que levei entre sua concepção e sua transcrição. Têm casos em que me surpreendo ao reler tempos depois justamente por saber que eu tinha todo aquele texto de cor, e agora, depois de escrito, eu só tenho a lembrança embaçada de que ele existe.
Então, depois de todo esse tempo escrevendo, obrigando amigos a lerem, enviando a editoras, eu recebi um e-mail dizendo que algo que eu fiz foi selecionado para ser publicado. E não que eu seja um grande escritor, talvez nem mereça isso. Tenho plena noção de que sou um total fracasso fazendo crônicas, sinto-me mal ao fazer dissertações, porque sei que elas têm de ser muitas vezes técnicas, e uma vozinha maligna dentro de mim exige como tributação para que me deixe em paz um efeito literário, algo cômico, ambíguo ou sarcástico, e sua voz é tão doce que fica quase impossível resistir. É esse provavelmente é um dos motivos deste blog não ser grande coisa. Mas quando eu tenho a oportunidade de narrar uma história, por mais difícil que seja o processo desde quando eu tenho uma epifania — no ônibus, assistindo algum documentário sobre invertebrados ou escovando os dentes — em que alguns pontos de história que parecem exigir existirem como texto, até o momento em que, de tanto repeti-los mentalmente — esta é a parte que envolve elaboração e algum trabalho, se é que se pode chamar algo que é divertido ou sofrível, mas recompensador ao final, de trabalho —, surgem eventos ou seqüências de frases que unem estes pontos e finalmente aquela mesma voz me cochicha “é assim que deve ser, pare imediatamente o que estiver fazendo, sente-se e escreva!”, então eu sinto que era exatamente isso o que eu deveria fazer. Uma das coisas que me deixam realmente satisfeito é quando consigo construir algo, juntar o que até então eram pedaços, e deixá-los unidos como uma coisa nova, e o máximo desta sensação vem quando eu termino uma narrativa, e ela se parece com o que era como idéia antes das peças serem unidas.

Sobre o conto em questão, eu não vou contar e estragar a oportunidade de quem for lê-lo (ou preveni-los desse mal), mas lembro como ele nasceu. Filosófica e artisticamente, eu tenho uma preferência pelo romantismo clássico, valores de aristocracias militares idealizadas, Bushido, Bela Morte dos espartanos, a busca pelo Valhalla. O que me leva a alguns anacronismos, como personagens urbanos em ambientes de tecnologia bem desenvolvida enfrentando robôs empunhando apenas armas brancas. É uma questão pessoal, mas me parece “feio” resolver um conflito com tiros e granadas, então acabo evitando este tipo de situação. Mas um dia eu estava voltando para casa de metrô. Cena: eu parado em pé diante da porta que só abre para desembarque na estação final, fiquei o caminho inteiro olhando pela janela sem observar nada especificamente, só pensando no que estava escrevendo na época. Então, quando o trem finalmente parou, e a porta abriu, desembarquei dando o primeiro passo no piso de pedra da estação e pensei: “preciso de um pistoleiro”. O que me ocorreu era que, em um mundo urbano de armas brancas, um único atirador que executasse sua perícia como um artista/artesão não seria resultaria na banalização do tiroteio. Ele seria único e destacável, como mandar um cara vestido com uma bandeira, que não portasse armas de fogo, apenas empunhando um escudo e se negasse a matar para lutar na maior e mais sangrenta guerra que a humanidade já travou. Seria tão ridículo e deslocado que acabaria sendo especial. Eu definitivamente precisava de um pistoleiro.
O próximo passo era decidir quanto à forma. Um pistoleiro deveria ser um matador, mas não queria um simples criminoso-vilão. Então optei pelo formalismo dos quadrinhos norte-americanos da década de ’80. Deveria ser ambíguo, com uma amoralidade da filosofia japonesa e do niilismo de Nietzsche. Não haveria bem ou mal, só um grande cinza. A narração deveria ser em primeira pessoa — algo que até então eu nunca tinha tentado — conforme o cânone dos anos ’80, o que resulta na questão do narrador inconfiável. Não é contada a história como aconteceu, e sim o que o personagem-narrador acha que aconteceu. Esse subjetivismo fica completo quando a realidade física é incerta, e o ambiente da história envolve as alucinações e delírios do responsável por contá-la. Outra questão teórica em que pensei foi na teoria de Edgar Alan Poe sobre ser melhor dizer de menos do que de mais. Deixar uma ambigüidade na qual o leitor pudesse decidir se a narrativa fora um evento comum descrito por uma mente atormentada, ou um evento fantástico que atormentou a mente de quem o descreveu.
E, finalmente, quando tinha tudo isso em mente, antes de dormir no sábado à noite — que foi a véspera do dia em que comecei a escrever este conto — passou na televisão o filme O Profissional, a que eu havia assistido uma única vez anos antes. Então a idéia do triângulo “assassino-guriazinha-planta” — respectivamente Jean Reno, Natalie Portman e uma planta cujo nome eu desconheço, apesar de ter procurado nos créditos — organizou essa massa disforme de coisas que estavam na minha cabeça que até aquele ponto eu sabia que deveriam se unir e formar algo, mas ainda não sabia o quê.
Então, quando acordei na manhã de domingo, aquela voz — que talvez seja uma das musas, mas eu acredito que mais provavelmente pertença a Loki — cobrou seu tributo, e o conto O Coletor de Almas resultou no que ele é.

Ilustração feita para o conto pelo grande Guiff

Certo, certo… Eu sei. É só um conto em uma coletânea. Mas é o mais longe que eu já fui até agora. Ainda não consegui publicar um dos meus romances, só que agora, por mais improvável que seja, eu posso quase ter alguma esperança — não, por mais bem intencionado que esteja, você não precisa me acordar deste sonho postando um comentário em que a verdade é jogada na minha cara. E, se você fizer isso, vai acabar se sentindo culpado depois, porque, pela quantidade de vezes que eu tenho essa sensação, fica bem claro que um daqueles anéis azuis que o Ganthet tem distribuído ultimamente nem piscaria no meu dedo. Minha meta praticamente inviável e que me deixaria satisfeito é conseguir publicar meu primeiro romance intitulado O Exército da Velha e A Pluma do Imortal, (sim, editor temerário e sedento por desafios que acidentalmente acabou lendo este texto, isso é com você) que foi no qual eu criei o mundo onde a maioria das minhas histórias se passa — fato que só é percebido por algumas poucas pessoas que são tão legais comigo ao ponto de ler todas aquelas 400 páginas, comentaram, criticaram e sugeriram, pelo qual serei sempre grato —, e que foi o início de tudo lá em 2003 quando comecei a escrever, e mesmo em 2001 quando criei os personagens, rascunhei desenhos, preparei anotações e fiz muitas piadas com meus amigos.

O que me resta a dizer sobre este assunto ainda é agradecer às pessoas que me deram apoio nesta empreitada insólita e imprópria, como minha irmã, que por muito tempo foi o “paciente zero” de todos os males causados pelos meus textos — mas sobreviveu graças a uma incomum resistência que reforça a minha tese de ela ter sido adotada pelos meus pais após a encontrarem entre destroços de um pequeno módulo de fuga interplanetário ao centro de uma grande cratera ao final de uma trilha de árvores em chamas —; ao João Pedro, que também foi minha cobaia de leitura; aos meus amigos Bruno e Régis, que mesmo sem querer, foram culpados por estarem presentes quando criamos os personagens Capitão Boom e Super Splash que resultaram em tudo isso; meu primo Diego que, mesmo tendo preguiça de ler muitos dos textos até o fim, faz coisas inesperadas que me resultam em inspirações para personagens — como passar o dia inteiro de pijama, para, na hora de dormir à noite, concluir que o pijama está sujo e acabar indo dormir com a roupa que deveria ter usado durante o dia; andar de skate usando vassouras como “remos”; ou até mesmo saltar da porta da cozinha girando coelhos de pelúcia pelas orelhas enquanto grita “São os nunchakkus da Mônica!” —; ao pessoal do FARRAZINE, com quem divido o que escrevo, em especial ao Rodrigo que me alertou sobre a seleção de contos para esta antologia; à Jo, que também foi obrigada a ler muita coisa e nunca tento use vingar; ao JL, que — apesar de ter se provado como um péssimo empreendedor no ramo empresarial ao sugerir que existiria um público consumidor dos meus “anjos de natal” — não só vai se dar ao trabalho de ler todo este texto, como o de comentar; à Renata, que agüentou muita chatice da minha parte, teve de ouvir muitas das minhas infames “Teorias” e que me incentivou quando eu falei em oferecer para a DC o roteiro de A Tardinha Mais Lusco-Fusco, uma saga em que G’Nort e Krypto têm de salvar o Multiverso ameaçado pela Tropa dos Lanternas Cinzas, cujo poder se baseia na luz meia boca do espectro emocional da indiferença, depressão e falta de autoconfiança; e, para finalizar o mais meloso de todos os posts deste blog, agradecer ao Peter David — apesar do fato de que ele nunca lerá este texto nem ficará sabendo de sua existência — por ter escrito as histórias que eu li quando criança e que me fizeram querer também escrever.

E, àqueles que vierem a ler alguma das minhas histórias: bem-vindos aos Cinco Mundos, à Nação e ao furgão amarelo que só anda de marcha ré!

sábado, 1 de janeiro de 2011

Anjos Natalinos #2

Bem, quem leu a postagem anterior sobre os Anjos Natalinos conhece a origem desta tradição.
No mês de dezembro de 2010, mais uma vez desperdicei meu tempo em algo construtivo, mas, simultaneamente, inútil.
 Em 2007 havia conceibido e feito um rascunho à lápis de uma versão com o dobro do tamanho padrão representando Galactus, O Devorador de Mundos. Em 2009, quando preparei as edições daquele ano, arte-finalizei este exemplar único junto com uma versão do Comediante. Finalmente este ano eu concluí ambos e preparei mais um.

Comediante, Larfleeze e Galactus

Ainda iniciei mais alguns que não concluí, mas registrei o processo de criação.


Versão à lápis

Sobreposta por camada de nanquim

Após o grafite removido
Santo Andarilho, Atrocitus, Sinestro, Safira Estrela, Índigo-I, Guardião de Oa e Caçador Cósmico
(o oitavo elemento virá a ser o Superboy Primordial caso um dia eu venha a concluí-lo)

Bom, este foi mais um capítulo sobre as minhas excentricidades que, caso venham a estimular alguma forma de interesse, provavelmente ele parta de um pesquisador vinculado a um tipo de estudo psiquiátrico ou alguém muito nerd.