terça-feira, 22 de março de 2011

O Canto do Poeta Insano

Como estou de bom humor, um trecho de O Exército da Velha cujo título é O Canto do Poeta Insano:




Minha alma enlacei a ela,
Por ela, enlacei a Asgard,
Meu verso tornou-se ceifa,
Minha ceifa verteu-se em sangue,
Meu nome agora honrado,
Honrado por ser infame.

Por Asgard venci Nidhogg,
Por Asgard derrotei o exército de Hel,
Por Asgard perdi minha alma,
Minha alma pelo ofídio e luminoso anel.

Chama que comanda o mundo,
Infante que prometeu a paz,
Confiante em tais promessas,
O poeta agora jaz.

Pela Criança assumi o que reneguei,
Couraça argenta e gume áureo,
Pela Criança dediquei punho e canto,
Antes fértil, agora insano.

Como recompensa por minha tarefa árdua,
Abrir e fechar os portões de Valhalla,
O primeiro laço foi-me desatado,
Tesouro único que trouxera do escuro,
Agora ia ao escuro lado.

Lealdade solene foi paga,
Com dívida foi saldada,
O escaravelho que fulgura o céu,
Deixou-me com menos que tivera,
Antes de o pacto estar traçado,
E o poeta o ter honrado,
Agora, A Noite tesouro desejar ousara,
Possuía o Demônio Vermelho, da Grande Noite o mais cruel.

Entre mundos o grande mar,
Desafio não foi bastante,
Nem face de falcão ou seis arautos poderão parar,
O cavaleiro poeta em demanda incessante.

Sob céu rubro e negro,
Cavaleiro poeta busca ajuda,
Então encontra irmão guerreiro,
Que faz da demanda busca sua.

Nem Midgard ou o Ladrão de Sonhos,
Detém armada dua,
Sendo caça em treva eterna,
Rompida por em lume espadas,
Cortando mãos do rei vermelho,
Que em seu caminho interrompiam estrada.

Canídeo opaco e sonhadora dama,
Via apontam que ao fim do pranto levam,
Tesouro aguarda ante passagem única,
Onde d’outro lado, a todos, os antigos esperam.

Desafiado sentiu-se o rei vermelho,
À afirmação de homem mundano,
Que sem tesouro não há encanto,
Que findava a vida, disse em pranto.

Em fogo e treva a voz disse,
Engana-se quem crê que Terceiro Mundo jamais renega,
Certo estás: jamais de novo sentirás encanto,
Mas o poente da vida jamais virá,
És infeliz e eterno, és Sem-Descanso.

Irmão guerreiro não desiste,
Ao poeta conciliara promessa,
Ser seu irmão sempre insiste,
Lutar por ele é o que fizera.

O rei vermelho impelido foi,
Ao meio do caminho de quem descansa,
Ferido irmão guerreiro foi,
Vencer contenda não há esperança.

Poeta guerreiro levantou em fúria,
Irmão guerreiro lembra a voz escura,
Que falava de prisão eterna,
Enclausurar vermelha criatura.

Grande medo vem do rei vermelho,
Diante do que pode ser sua sina,
Servir a camponês, humano etéreo,
Ou do camponês fazer sua insígnia,
E nesse recipiente depositar seu mérito.

O poeta só vê vingança,
Esquece irmão que em combate dança,
Com a força de infinda flama,
Corta corda que a ponte trança.

O que desdenha e o que a presença lhe é altiva,
Tombam em rio seco escuro,
Sem poder terminar travessia,
Para este ou aquele mundo.

Poeta agora só,
Vê ato seu,
O último querido que lhe restava,
Por obra sua se perdeu.

Primeiro poeta chora,
Prelúdio de busca insana,
Atrás de tesouro perdido,
Mesmo que esse sonho,
De todos o faça inimigo.

Por sua demanda Asgard desafia,
Homens que tracem seu destino,
Nem que quebre seu código e honra seja perdida,
Mesmo que seu único amigo novamente tenha de ser traído.

sábado, 19 de março de 2011

Era uma vez...


Este é um post não preparado em que eu simplesmente resolvi sair escrevendo sem ter pensado no assunto. Não que eu não tenha pensado no assunto, só não pensei em escrevê-lo aqui.
Bom, na verdade o objetivo é dividir com os amigos, leitores eventuais, aqueles antropólogos e arqueólogos da espécie dominante no futuro pós extinção da humanidade que encontrarem este relato e as consciências artificiais que exitem na Oficina Fantasma duas notícias.

A primeira é que meu conto Doutor Peçanha foi ao banheiro, que nasceu especialmente para este blog e que depois participou da edição número 18 do FARRAZINE, foi selecionado para o volume II da antologia Jogos Criminais da editora Andross. Vocês já sabem (se não sabem, confiram aqui) que meu conto O Coletor de Almas foi publicado em janeiro deste ano no primeiro volume de Jogos Criminais em minha estréia como "escritor de verdade".
Bom, confesso que fiquei contente quando o Sérgio Pereira Couto, editor da coletânea, logo após confirmou Doutor Peçanha para o volume seguinte, com lançamento previsto para julho de 2011.

Bem, acontece que ocorreu algo ainda mais surreal (talvez alguma das forças que comanda o universo tenha ficado com pena de mim depois dos resmungos e súplicas de duas postagens atrás).
A Editora Multifoco do Rio de Janeiro irá publicar O Exército da Velha e A Pluma do Imortal, meu primeiro romance. Vocês não acreditam? Pois saibam que eu também não no início. Foi uma sensação muito estranha. É realmente estranho deixar de ser uma pessoa frustrada artísticamente, estou me adaptando aos poucos. Mesmo depois de ver o contrato, ainda havia algo como aquela sensação de suspensão onírica e a consciência constante de que "é agora que eu caio da cama e acordo todo mijado".
Foi só quando me deparei com um formulário com questões sobre minha visão da obra - que será enviado ao artista encarregado de fazer a capa - e diante da necessidade de textos para a sinopse da quarta capa e das orelhas do livro que finalmente pareceu ser real. Por mais que quizesse escrever e ser publicado, eu nunca havia me imaginado pensando em coisas como a capa. Uma capa sempre pareceu algo tão distante, como se todas as gráficas e designs estivessem localizadas no Olímpo à disposição apenas dos deuses (e de algum eventual personagem da Marvel ou da DC que circulasse por lá).
Bom, era isso que eu tinha para contar por agora. Assim que assimilar totalmente os fatos, eu volto a dar notícias. Isso, claro, se eu não cair da cama e acordar todo mijado.

sábado, 5 de março de 2011

FARRAZINE n. 20



Conheça as aventuras de Adriel Paz - O Apanhador de Estrelas - nas HQs Esperança (quase) Perdida e O Negociador. Personagem criado por Nasci e trazido até os leitores do FARRAZINE através dos roteiros de Eloyr Pacheco e arte de Carlos Nascimento, com cores de Snuckbinks.
Confira também: a passagem de Killofer por João Pessoa; entrevistas com Von DEWS!, do site Vertigem e com Nívia Alves e Ana Karla Albuquerque, do Rascunho Studio.
E mais: Bando de Dois, Comic Code Authority, Steampunk, Hipster Hitler, ABAS, contos, resenhas, tiras, dicas de HQ's nacionais e o retorno de nosso ex-ombudsman.

Lançamento 20/02/2011 – 50 páginas

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