quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

As Mais Recentes Notícias das Revistas Fancesas (de 1878)


Notícias Internacionais – França, 1878
 
Homem é assassinado, e grupo de justiceiros aterroriza moradores no interior da América
 

John Tunstal
Vítima de latrocínio encontrada baleada na cabeça.

 
John Tunstall, criador de gado no condado de Lincoln, no estado do Novo México, América, foi encontrado morto no dia 18 de fevereiro. O corpo fora alvejado por inúmeros projéteis de arma de fogo, incluindo um disparo na região do crânio feito por um rifle. Testemunhas relatam que a vítima fora surpreendida por um grupo que estava a furtar algumas cabeças de gado de sua propriedade.
Essas mesmas testemunhas afirmam que o latrocínio fora cometido por um grupo de homens legalmente armados associados aos proprietários do armazém atacadista The House. A polícia suspeita que o motivo seja a disputa pelos contratos de comércio de carne com o estado do Novo México e o controle das áreas de pasto da região. Alexander McSween, advogado, sócio e amigo da vítima disse estar consternado e exigiu das autoridades competentes e do Governador do Novo México que os responsáveis sejam levados à Justiça.
O recém nomeado policial especial R. M. Bruer foi encarregado de liderar a equipe de investigação. Entretanto pessoas que por questões de segurança preferem não se identificar, mas que demonstraram simpatia pelo grupo de regulators, afirmam que os homens de Bruer vêm praticando atividades de milícia e executando sumariamente os acusados.
Diante de tais acontecimentos, o Governador do estado do Novo México decretou a exoneração e prisão de Bruer e seu grupo. O xerife de Linclon adverte aos cidadãos que levem às autoridades qualquer informação referente ao paradeiro do grupo e que tomem especial cautela caso encontrem com Willian Henry Bonney, um dos integrantes da milícia cujo comportamento é considerado extremamente perigoso.

 

Suspeito foragido Willian Henry Bonney, também conhecido pela alcunha “Billy The Kid”

 


Selvagens asiáticos pretendem organizar exército
 
É com imensa compaixão que chega a nós a notícia de que uma tribo de selvagens no leste da Ásia revelou que seu rei pretende, a partir deste ano, organizar um exército de verdade.
Isolados na ilha desolada e não desbravada descoberta pelos portugueses conhecida como Japão, tal povo vive em total selvageria e barbarismo. Segundo informações que vieram a nós através de contato com o embaixador da Holanda — que até a década passada era única nação civilizada a ter relações com a tribo desde 1639 —, até dois anos atrás, os “guerreiros” tribais locais se utilizavam de espadas, arcos, flechas e armaduras para combater. Imaginem o quanto será engraçado quando o bando de incivilizados tentar disparar uma arma de fogo.
Como se essa simples pretensão já não fosse digna de pena, saibam que o rei do Japão decidiu organizar seu novo exército com base nos métodos detestáveis alemães. Aparentemente, esse rei bárbaro possui certa simpatia por modelos da Alemanha. E certamente não é à toa, pois existe povo mais selvagem, bárbaro e inculto do que os alemães em toda a Europa? Não que se faça necessário, mas oremos para que os selvagens do Japão fracassem. A última coisa de que este mundo necessita e de outra maldita Alemanha.

Selvagens orientais vivendo em ambiente inóspito da Ásia




Lançamento de mais um desagradável ensaio de que os malditos alemães chamam de filosofia
 

Acaba de ser lançado na desagradavelmente fria Alemanha — como se seus habitantes já não fossem suficientemente desagradáveis e não houvessem saqueado nossas terras da Lorena e da Alsácia na última guerra — o livro Humano, demasiado Humano. Trata-se de uma obra não digna de nota escrita por um professorzinho de menor categoria chamado Friedrich Nietzsche. O grande tema do texto é uma desnecessária discussão em que o autor demonstra toda a frigidez e insensibilidade dos espíritos nascidos no norte, seu rancor por ter de viver em uma terra gelada e bárbara e sua total falta de domínio sobre os verdadeiros sentimentos relacionados à Arte.
Nietzsche, em seu texto, deixa claro seu modo de pensar retrógrado, seu amor por ideais aristocratas e escravistas e sua idéia de que o povo não é o verdadeiro dono da nação, e sim apenas uma ferramenta na mão de uma nobreza tirana. Uma mente que só poderia ter se formado em um local dominado por uma ausência total de cultura e ainda imersa no barbarismo. Quem sabe um dia os alemães sejam iluminados pela razão e, como fizemos em nossa França, cortem a cabeça de todos os seus aristocratas e de seus bajuladores. Sugiro que comecem pelo professor Nietzsche, mas duvido que um alemão possa vir a ter algum sinal de lucidez.
 

Informes de Guerra
 
Cabul, Afeganistão.
Shere Ali Kahn, filho do falecido Emir Dost Muhammad, assumiu recentemente o trono e parece ter adotado abertamente uma política favorável à Rússia. Os ingleses, devido às suas óbvias limitações intelectuais, apenas agora perceberam a ideologia a que o novo monarca do Afeganistão se alinhou e mobilizam tropas preparando um ataque de forças anglo-indianas para novembro. Nosso pintor histórico enviado ao local nos mandou uma pintura a óleo mostrando em que situação se desenrolam as manobras militares. Torçamos para que os russos e ingleses se destruam mutuamente nesta nova e iminente Guerra Anglo-Afegã e que os valorosos franceses mortos nas Guerras Napoleônicas sejam vingados.
 

 
Quadro de nosso pintor histórico enviado à região ilustra afegãos (peças amarelas) aliando-se aos russos (peças brancas), enquanto armada inglesa (casacos vermelhos), ao que tudo indica, prepara uma “troca” para a próxima rodada.

 
Heróis da Revolução: o Card Game
 

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